sábado, 28 de março de 2009

Serva de Deus
madre Maria de Lourdes
de Santa Rosa
oic
virgem e monja italo/brasileira
da Ordem da Imaculada Conceição
Família
Maria Joanna Laselva, nasceu em Polignano a Mare, Itália, a 26 de Outubro de 1910.
Juntamente com os pais e a sua irmã Filomena, emigraram para o Brasil, tinha ela apenas 2 meses de idade. Foram morar para o bairro do Pari, em São Paulo, onde nasceram seus irmãos Paulo José e Domingos.
Monja das Concepcionistas da Luz de São Paulo
Com 21 anos, a 11 de Fevereiro de 1931, entrou no Mosteiro da Luz, da Ordem fundada por Santa Beatriz da Silva, queria ser monja Concepcionista.
A tomada de hábito aconteceu no dia 12 de Agosto de 1931 e recebeu o nome de Irmã Maria de Lourdes de Santa Rosa.
Fez profissão solene a 15 de Agosto de 1935.
Fundadora do Mosteiro Concepcionista de Guaratinguetá
Viveu no Mosteiro Concepcionista da Luz durante 13 anos, até ser designada abadessa da nova fundação da Ordem da Imaculada Conceição, o Mosteiro da Imaculada Conceição de Guaratinguetá, onde chegou com outras cinco monjas no dia 8 de Outubro de 1944.
Administradora e superiora dedicada e prudente do Mosteiro Concepcionista de Guaratinguetá da arquidiocese de Aparecida, durante 24 anos.
Doença e morte
Sofreu muito e teve dolorosas doenças.
Já debilitada pela vida austera e sofrimentos físicos e morais, adquiriu uremia e problemas nos pulmões, tendo falecendo na capital paulista a 19 de Novembro de 1974, no "Hospital São Paulo". Está sepultada na Igreja deste Mosteiro da Imaculada Conceição de Guaratinguetá.
Foram 43 anos de fidelidade à vocação monástica e contemplativa Concepcionista, no silêncio, na oblação amorosa e no amor e na imitação das virtudes da Virgem Imaculada.
A caminho dos altares
O seu processo de Beatificação e Canonização (fase diocesana), foi aberto no passado dia 12 de Março na Igreja do Mosteiro da Imaculada Conceição - Guaratinguetá/SP, sob a presidência de D. Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida.
Pedimos ao Deus Uno e Trino que, em breve a possamos “honrar nos altares”, que enriqueça a Santa Igreja e a Ordem fundada por Santa Beatriz da Silva, com o aroma do seu testemunho de radicalidade evangélica, ao jeito de Maria Imaculada.
Muitas pessoas têm alcançado graças importantes pela sua intercessão.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Abertura do processo de beatificação
da Serva de Deus madre Maria de Lourdes de Santa Rosa oic
Na passada quinta-feira, dia 12 de Março, às 15h, foi dado início ao processo de beatificação da madre Maria de Lourdes de Santa Rosa, que pertencia ao grupo das monjas Concepcionistas vindas, do Mosteiro da Luz de São Paulo, para fundar o Mosteiro da Imaculada Conceição, em Guaratinguetá.
A
abertura do processo decorreu no próprio mosteiro de Guaratinguetá, na Igreja monástica onde está sepultado o corpo da monja Concepcionista de origem italiana.
O acontecimento contou com a presença de Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida e dos membros do tribunal criado pela arquidiocese para analisar o processo.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Capítulo Monástico votou favoravelmente
a admissão da postulante Helena Cachaço
ao noviciado

Ontem, 25 de Março, solenidade da Anunciação do Senhor, o capítulo monástico do Mosteiro de Campo Maior, reuniu para se pronunciar sobre a admissão ou não da postulante Helena Cachaço ao noviciado. O capítulo foi unânime na admissão da postulante ao noviciado, ficando marcada a Santa Missa com os ritos da Iniciação à Vida Religiosa e a tomada de hábito, para o próximo dia 6 de Junho na Igreja do Mosteiro.
A Helena
(que passará a usar o nome de sor Maria Helena de Jesus, a partir do próximo dia 6 de Junho), tem 31 anos, é natural da cidade de Évora, mas residia com a família, há vários anos, na Caridade, povoação do concelho de Reguengos de Monsaraz. Licenciada em 1º Ciclo do Ensino Básico, exerceu vários anos e em várias escolas da arquidiocese, como professora da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica. Colaborou activamente em várias áreas da pastoral, na Unidade Pastoral de Reguengos de Monsaraz, a que pertencia. Participou, activamente, no Movimento dos Convívios Fraternos, de que foi responsável Diocesana por vários anos. A 16 de Junho último, entrou, como postulante, no Mosteiro de Clausura da Imaculada Conceição de Campo Maior, pertencente à Ordem da Imaculada Conceição, fundada pela Campomaiorense, Santa Beatriz da Silva.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Assumiu a forma de servo
elevando a humanidade

A humildade foi assumida pela majestade, a fraqueza pela força, a mortalidade pela eternidade. Para saldar a dívida da nossa condição humana, a natureza impassível uniu-se à nossa natureza passível, a fim de que, como convinha para nosso remédio, o único mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, pudesse ser submetido à morte como homem e dela estivesse imune como Deus.
Assumiu a forma de servo sem mancha de pecado, elevando a humanidade, não diminuindo a divindade: porque aquele aniquilamento pelo qual o Invisível se fez visível, e o Criador e Senhor de todas as coisas quis ser um dos mortais, foi uma condescendência da sua misericórdia, não foi uma quebra no seu poder. Por isso Aquele que, na sua condição divina, fez o homem, assumindo a condição de servo fez-Se homem.
Aquele que é Deus verdadeiro é também verdadeiro homem; e não há ficção alguma nesta unidade, porque n’Ele é perfeita respectivamente a humildade do homem e a grandeza de Deus.
Nem Deus sofre mudança com esta condescendência da sua misericórdia, nem o homem é destruído com a elevação a tão alta dignidade. Cada natureza realiza, em comunhão com a outra, aquilo que lhe é próprio: o Verbo realiza o que é próprio do Verbo, e a carne realiza o que é próprio da carne.
A natureza divina resplandece nos milagres, a humana sucumbe nos sofrimentos. E assim como o Verbo não renuncia à igualdade da glória paterna, assim também a carne não perde a natureza do género humano.
É um só e o mesmo – não nos cansaremos de repeti-lo – verdadeiro Filho de Deus e verdadeiro Filho do homem.
É Deus, porque no princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus; é homem, porque o Verbo Se fez carne e habitou entre nós.
Das Cartas de São Leão Magno, papa
(Epist. 28 a Flaviano, 3-4: PL 54, 763-767) (Sec. V)

sábado, 21 de março de 2009

“Anseio sentar-me à sua sombra…
porque eu desfaleço de amor…
procurai aquele que o meu coração ama…
que eu desfaleço de amor…
eu sou para o meu amado e o meu amado é para mim…
Grava-me como selo em teu coração,
como selo no teu braço,
porque forte como a morte é o amor…
Nem as águas caudalosas conseguirão apagar o fogo do amor,
nem as torrentes o podem submergir…”
(Ct 2, 3.5; 3, 2; 5, 8; 6, 3; 8, 6.7)

quinta-feira, 19 de março de 2009

São José
ícone privilegiado
de acesso ao Sagrado,

porta pela qual
podemos aceder e tocar o Divino,

modelo para a nossa vida:
na simplicidade
e escondimento da sua vida,

na entrega radical e generosa
às tarefas do quotidiano,

no total abandono
à incompreensível Vontade de Deus,

exemplo de confiança absoluta
em Deus e no Seu Amor.


Lembrai-vos de nós, São José,
e intercedei com as vossas orações junto do vosso Filho;
tornai-nos também propícia a Virgem vossa Esposa,
que é a Mãe d’Aquele que vive e reina com o Pai e o Espírito Santo
pelos séculos sem fim, Amen. (São Bernardino de Sena)
Campo Maior,
berço de Santa Beatriz da Silva

Por vezes, é fácil confundir “bairrismo” com “amor à verdade”. No que diz respeito ao lugar do nascimento de Santa Beatriz da Silva (Campo Maior ou Ceuta?), infelizmente, para aqueles que defendem uma tradição de 426 anos, com testemunhos e documentos absolutamente credíveis, que dão a Campo Maior a honra de ser o berço de Beatriz são apelidados de “bairristas” e os defensores de Ceuta teimam em não averiguar e estudar uma tradição de quase 500 anos, agarrando-se a uma obra, “História de Ceuta”, escrita em 1648, pelo português H. de Mascaranhas, ao serviço de Espanha, que diz “deverá” Beatriz ter nascido na cidade africana de Ceuta, quando têm à sua disposição, variadíssima documentação que prova as origens Campomaiorenses de Beatriz.
Por agora detemo-nos em: Santa Beatriz de Silva, Positio sobre la vida y virtudes (traducción española), en el 25 aniversario de su canonización - Toledo - 2001. Obra fundamental que resume toda a documentação histórica de um candidato às honras dos altares.
A citada “Positio”, nos dados biográficos da Santa afirma que esta nasceu em Ceuta: “La Beata Beatriz nasció en Ceuta el año 1424 ó 1426”[1] mais adiante (páginas 179 a 241), dos oito[2] testemunhos recolhidos a quando do início do processo de canonização entre Maio e Julho de 1636[3], só dois, o de Maria de Miño y Frías[4] e o de Maria de Ulloa[5] não referem o local do nascimento[6], os restantes seis afirmam que a Santa nasceu em Campo Maior, diocese de Elvas[7], reino de Portugal.
Há ainda que referir que dos 8 testemunhos recolhidos para o processo e referidos na “Positio”, absolutamente nenhum se refere a Ceuta, muito menos como o local de nascimento de Beatriz da Silva e Meneses.
Há ainda a referir, os relatos biográficos escritos entre 1512 e 1526, publicados e comentados na “Positio” (páginas 43 a 94). Os dois mais antigos referem Campo Maior como o local de nascimento de Beatriz:
- “... e o que se sabe é que nasceu esta senhora em Campo Maior” (notícia biográfica escrita provavelmente em Janeiro de 1512 e encontrada no sepulcro no ano de 1518, escrita por Joana de São Miguel, vigaria do mosteiro da Conceição de Toledo[8]);
- “O que se sabe é, que esta senhora nasceu em Campo Maior” (vida da venerável dona Beatriz da Silva, fundadora da Ordem da Imaculada Conceição, escrita entre 1515 e 1526[9]);
- Os outros dois[10] documentos, não referindo Campo Maior como local de nascimento, dizem-na “…natural do reino de Portugal”, ou “… mulher de nação portuguesa”. Em nenhum dos quatro documentos sequer se refere Ceuta, como local de nascimento, ou por qualquer outro motivo.
De facto, causa muita estranheza que uma tradição de 426 anos que dá a Santa nascida em Campo Maior, seja preterida em favor de um texto - o de Mascaranhas, escrito em 1648 (152 anos depois da morte da Santa), nunca publicado e completamente esquecido durante 270 anos - arrancado ao completo esquecimento e publicado em 1918[11], sobrepondo-se a uma tradição secular confirmada por documento e testemunhos referidos na “Positio”.
Ao ler a Bula da Canonização e a Homilia da mesma, do papa Paulo VI, o argumento a favor de Campo Maior cairá por terra, pois o papa diz que Beatriz nasceu em Ceuta[12]. Contudo, há que dizer que o Romano Pontífice é “infalível” em questões de Fé e Tradição, não em História. Mais ainda, muito provavelmente, o Papa trabalhou a partir dos elementos que lhe foram facultados e muito provavelmente apresentaram-lhe Beatriz nascida em Ceuta e não a tese, testemunhos, documentação e argumentação que a dão como natural de Campo Maior.
Dos oito testemunhos recolhidos entre Maio e Junho de 1636 para o processo de canonização da serva de Deus Beatriz da Silva, seis[13], à pergunta sobre o lugar do nascimento da fundadora da Ordem da Imaculada Conceição, afirmam que a que a Santa nasceu em Campo Maior, diocese de Elvas, reino de Portugal.
No espaço que se segue, transcrevemos a resposta das referidas seis testemunhas à pergunta do local de nascimento da Senhora Dª Beatriz da Silva.
1. Mariana de Luna, abadessa do mosteiro da Santíssima Conceição de Toledo (ff. 75-98)[14]
Foi a primeira interrogada, a 10 de Maio de 1636, Mariana de Luna, abadessa do Mosteiro das Concepcionistas de Toledo. É a mais idosa das monjas examinadas durante o processo. Natural de Toledo, naquele tempo tinha 71 anos e havia 60 que se encontrava no mosteiro da Conceição no qual tinha entrado a 25 de Abril de 1575. Portanto, conhecia bem a tradição do mosteiro em torno da Beata Beatriz. E o seu conhecimento une-se com a própria beata. Enquanto estava viva. Com efeito, a testemunha menciona algumas monjas das quais ouviu o que afirma; e uma destas, Guiomar de Avellaneda, tinha entrado na Ordem em 1500, a qual teve que conhecer as companheiras da fundadora e conservar as mais antigas memórias.
À 1ª pergunta disse que, seguindo a tradição que esta testemunha tem desde há 60 anos em que entrou para se fazer monja neste convento, ouviu dizer às monjas que estavam no convento que a venerável madre dona Beatriz da Silva nasceu na cidade de Campo Maior no reino de Portugal, diocese de Elvas.
2. Joana de Leiva, monja do mosteiro da Santíssima Conceição de Toledo (ff. 99-130)[15]
Na sessão de 14 de Maio de 1636 foi interrogada a monja Joana de Leiva de 46 anos, nascida em Bruxelas e que entrou no mosteiro da Conceição aos 10 anos de idade. Era filha da princesa de Áscoli, testemunhou neste processo e do qual copiaremos a sua declaração. Também este testemunho confirma a tradição do mosteiro, da qual na realidade provém o seu conhecimento sobre a beata.
Beatriz da Silva, todas de vida exemplar. Dirá tudo o que sabe por tradição e por tê-lo lido no livro da fundação e em outras histórias. Disse portanto que é coisa notória que a dita dona Beatriz da Silva nasceu na cidade de Campo Maior, diocese de Elvas, em Portugal…
3. Madalena Porcia, princesa de Áscoli (ff. 457-479)[16]
Ainda que não pertencesse à Ordem Concepcionista, a princesa de Áscoli viveu trinta e oito anos no mosteiro da Conceição de Toledo, dos quais esteve 17 em clausura. Foi benfeitora do mosteiro, especialmente conhecida porque em 1618 fez arranjar o sepulcro da Beata. A declaração desta testemunha não se distancia da das monjas Concepcionistas, contudo é interessante na medida que provém de uma pessoa leiga que viveu longos anos naquele ambiente religioso.
À 1ª pergunta respondeu sua excelência que havia mais de 38 anos que tinha entrado no convento, dos quais havia vivido 17 em clausura; no início conheceu no mesmo convento a Catarina de São Paulo, Maria de São Jerónimo, dona Isabel de Peralta e dona Joana de Sotomayor e dona Petronila de Rojas, pessoas muito idosas, muitas das quais foram abadessas neste convento e de vida santa, as quais diziam ter tido convivência com as religiosas que entraram nos primeiros tempos desta Ordem no primeiro convento da fundação. Disse que conhecia a todas as demais religiosas que tinha encontrado neste convento e que por isso tudo o que dizia era, por tradição, notório e público, proveniente das primeiras religiosas da Ordem, até àquelas que referiu e também pelas histórias que tinha lido num livro antigo que se encontrava naquele convento sobre a fundação da Ordem. Sabia, pois, que a venerável dona Beatriz da Silva tinha nascido em Campo Maior, na diocese de Elvas, no reino de Portugal…
4. Francisco Pablo Inza, médico do mosteiro da Santíssima Conceição de Toledo (ff. 501-504)[17]
O médico do mosteiro da Santíssima Conceição de Toledo, Francisco Pablo Inza, de quase 60 anos de idade, natural de Valência, foi interrogado a 21 de Junho de 1636. E a ele só lhe foram feitas duas perguntas, a I e a XXXI. Depois de ter respondido sobre a fama de santidade que Beatriz goza universalmente, informa a respeito de algumas curas milagrosas. A sua declaração confirma também a convicção geral de que Beatriz é uma santa.
À 1ª pergunta respondeu que desde há uns dez anos era o médico do Convento da Conceição desta cidade, e que, pelas histórias que tinha lido e por ter falado com pessoas tanto do dito convento como seculares (leigos), sabia que a venerável dona Beatriz da Silva, nasceu na cidade de Campo Maior, na diocese de Elvas, no reino de Portugal…
6. Gaspar Téllez, leigo e tio de uma das monjas da Santíssima Conceição de Toledo (ff. 599-620)[18]
É um secular (leigo), natural das Ilhas Canárias e residente em Toledo há mais de trinta e nove anos. Conheceu o mosteiro da Conceição de Toledo, porque nele se encontrava como monja uma sobrinha de sua mulher. Também a sua declaração, feita a 30 de Junho de 1636, confirma a fama de santidade, mais ainda, ele refere um facto milagroso conhecido por ele pessoalmente.
À 1ª pergunta respondeu que tudo o que ele dirá soube-o por tradição, fama pública e histórias lidas, e também porque está no Convento da Puríssima Conceição desta cidade dona Maria Espinosa Monteflor, monja professa, sobrinha de dona Francisca Monteflor, sua mulher, que entrou no Convento há doze anos, e porque conhece o Convento desde há uns trinta anos. Sabe, portanto que a venerável dona Beatriz da Silva nasceu na cidade de Campo Maior, no reino de Portugal, da diocese de Elvas…
8. Maria de Aragón, monja Dominicana do mosteiro da “Madre de Deus” de Toledo (ff. 693-704)[19]
A testemunha é uma das monjas mais idosas do mosteiro da “Madre de Deus”, no qual por algum tempo foram conservados os ossos de Beatriz. Natural de Guadalajara, de 60 anos de idade, foi interrogada a 9 de Julho de 1636. A sua declaração não apresenta notícias desconhecidas aos outros testemunhos. Confirma, sem dúvida, que também neste mosteiro Beatriz é considerada como uma santa. O testemunho refere também um milagre que aconteceu no translado dos ossos do mosteiro da “Madre de Deus” para o mosteiro da Conceição.
À 1ª pergunta respondeu que tudo o que sobre esta causa podia dizer o tinha conhecido por tradição, por fama e por história, e que tudo o tinha aprendido no convento. Sabia que a venerável dona Beatriz da Silva tinha nascido na cidade de Campo Maior, no reino de Portugal…
[1] Ordem de la Imaculada Concepción – Confederación “Santa Beatriz de Silva”, “Santa Beatriz de Silva: Positio sobre la vida y virtudes” (traducción española), en el 25 aniversario de su canonización - Toledo – 2001, pg. 1.
[2] Os testemunhos recolhidos entre Maio e Julho de 1636 para o processo de canonização são 48, contudo só 8 são utilizados na “Positio”.
[3] O início do processo de canonização e a recolha dos 48 testemunhos sobre a fama de santidade de Beatriz e dos 12 testemunhos sobre os dois milagres que lhe são atribuídos (Julho de 1638) aconteceu cerca de 145 anos depois da morte da Santa.
[4] Superiora do Convento das Comendadoras de Santiago, que habitavam o convento de Santa Fé, no qual Santa Beatriz fundou a Ordem.
[5] Monja dominicana do mosteiro de São Domingos “O Real”.
[6] E entende-se perfeitamente o porquê da omissão do local do nascimento, pois não sendo da Ordem fundada pela Santa, não tinham acesso às mesmas informações das monjas da Ordem e certamente eram pormenores que não lhe interessavam sobremaneira, e se perderam com o passar dos anos, o que retiveram e lhe interessava a elas e a quem as interrogava era o testemunho de santidade de Beatriz que perdurava quer entre as Dominicanas de São Domingos “O Real”, quer entre as Comendadoras de Santiago de Santa Fé.
[7] A quando do nascimento de Santa Beatriz da Silva (séc. XV), Campo Maior pertencia à diocese de Évora, contudo, a quando da recolha dos testemunhos (séc. XVII), pertencia à entretanto criada diocese de Elvas [O Papa Pio V, pela Bula "Super cunctas" de 9 de Junho de 1570, destacou a parte oriental da diocese de Évora, para constituir a Diocese de Elvas (a que passou a pertencer a Vila de Campo Maior), que ficou sufragânea de Évora]. Actualmente, com a extinção da diocese de Elvas [com a remodelação diocesana ordenada por Leão XIII com a Bula "Gravissimum Christi" de 3 de Setembro de 1881, a diocese de Elvas foi extinta, passando o seu território a integrar a arquidiocese de Évora], Campo Maior voltou, portanto, a pertencer à arquidiocese de Évora. Assim sendo, à época do nascimento da Santa Campomaiorense, Campo Maior pertencia à diocese de Évora, à época dos testemunhos para o processo de canonização pertencia à diocese de Elvas, daí o “nasceu em Campo Maior, diocese de Elvas, reino de Portugal”.
[8] Ordem de la Imaculada Concepción – Confederación “Santa Beatriz de Silva”, “Santa Beatriz de Silva: Positio sobre la vida y virtudes” (traducción española), en el 25 aniversario de su canonización - Toledo - 2001, pg. 38-42.
[9] Idem pg. 43-58.
[10] Ibidem pg. 58-94.
[11] Precisamente em pleno processo de beatificação por confirmação de Culto Imemorial, iniciado em 1910 e terminado a 28 de Julho de 1926.
[12] Ordem de la Imaculada Concepción – Confederación “Santa Beatriz de Silva”, “Santa Beatriz de Silva: Positio sobre la vida y virtudes” (traducción española), en el 25 aniversario de su canonización - Toledo - 2001, pgs. 359 a 367 .
[13] Ver notas 4, 5 e 6.
[14] Ordem de la Imaculada Concepción – Confederación “Santa Beatriz de Silva”, “Santa Beatriz de Silva: Positio sobre la vida y virtudes” (traducción española), en el 25 aniversario de su canonización - Toledo - 2001, pg. 179.
[15] Idem, pg. 191 e 192.
[16] Ibidem, pg. 205 e 206.
[17] Ibidem, pg. 214 e 215.
[18] Ibidem, pg. 220.
[19] Ibidem, pg. 235.

sábado, 14 de março de 2009

Senhor, queria tanto viver esta QUARESMA,
como se fosse a última da minha vida.
Queria tanto aproveitar este tempo Santo de Graça,
que me concedeis,
para dar passos de gigante rumo a Vós
e que quando chegasse a Páscoa, pudesse dizer com São Paulo,
pelo menos um pouquinho mais do que o posso dizer agora:
"Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim".
Senhor, abri os meu olhos,
e ajudai-me a entender com o coração e com a vida
que, a QUARESMA:
é tempo de encontro com Jesus Cristo,
é tempo de comunhão com o Divino,
é tempo de viver em relação próxima com o Transcendente,
é tempo de respirar Eternidade,
é tempo de me deixar habitar e envolver pela Trindade,
é tempo de contemplar o Vosso Rosto,
é tempo de mergulho no Divino, de mergulhar em Vós.
Senhor, ajudai-me a entender com o coração e com a vida
que, a QUARESMA
:
é tempo de encontro pessoal com os Homens meus irmãos,
é tempo de comunhão com a Humanidade,
é tempo para viver mais próximo do outro,
é tempo de transpirar Eternidade,
é tempo de estender as minhas mãos, de tocar, de curar...,
é tempo de descobrir no rosto do meu irmão, o Vosso Rosto,
é tempo de Divina aventura...
... É TEMPO DE VOS AMAR E AMAR O PRÓXIMO,
COMO VÓS ME ENSINAIS.

quinta-feira, 12 de março de 2009

«REGLITA,
uma estrela da Imaculada»
Serva de Deus

soror Doce Nome de Maria oic
…de família nobre …
Maria de Regla Francisca Teresa Romero, a mais nova de dois irmãos e tratada familiarmente por Reglita, nasceu em Hinojosa del Duque - Córdoba (Espanha), de uma família nobre e abastada, a 9 de Março de 1885. Não conheceu o pai, o Sr. Paulo Romero, pois este morreu quando a menina tinha apenas 23 dias. Sua mãe, a Srª Dª Francisca Fernandez de Córdoba de Romero, apesar da perda de seu esposo, cuidou com esmero da educação dos seus dois filhos: Francisco Luís e Reglita.
Quando criança Reglita gostava de dar esmolas aos pobres, e brincava fazendo procissões com seu irmão Francisco, tinha um carácter muito vivo e alegre.
Ao fim de seis anos de viuvez, os filhos já podiam ingressar em Colégios Internos, Dª Francisca levou Francisco para o Colégio dos Jesuítas de La Guardia e Reglita para o Colégio de São Fernando das Filhas de Nossa Senhora. Com os filhos bem entregues e provisoriamente liberta da tarefa da educação, Dª. Francisca entrou, no Mosteiro da Ordem da Imaculada Conceição de Hinojosa del Duque, por um longo período, como senhora de “Piso” (não podia ser religiosa, pois lhe impediam os seus deveres de mãe), onde era Abadessa, madre Maria Teresa Romero, sua cunhada e tia paterna de Reglita.
Sempre que visitava a mãe, Reglita não escondia o seu desagrado por ver a sua mãe atrás das grades do Mosteiro, Dª Francisca acarinhava o desejo maternal de, juntamente com a filha, se fazer religiosa, contudo nada fazia prever que a menina tivesse inclinação à vida religiosa, pelo contrário.
O Padre Francisco Romero, capelão do Mosteiro, tio paterno de Reglita, irmão da madre Maria Teresa Romero, logo cunhado de Dª Francisca, não lhe pareceu conveniente que a menina continuasse a sua educação no colégio, pelo que era necessário que Dª Francisca regressasse ao lar a fim de continuar a educação da menina, como era seu dever.
O dia 12 de Julho de 1894 foi o dia escolhido para Dª Francisca sair do Mosteiro. A tristeza provocada pela saída custou à jovem viúva a doença. Ela pedia ardentemente para que Reglita tivesse vocação religiosa, mas a menina não suportava sequer ouvir falar no assunto.
Reglita perde a sua mãe, que morreu com apenas 36 anos de idade, tinha Reglita apenas 10. Dª Francisca, ao chegar à presença do Senhor, obteve aquela graça que tanto tinha desejado, a vocação religiosa para a sua filha.
Quero ser religiosa… quero ser de Deus para sempre
Reglita, com o coração triturado pela dor, abraçando-se ao seu tio paterno, sacerdote e capelão do Mosteiro Concepcionista de Hinojosa del Duque, exclamou: “Quero ser religiosa. Leve-me ao Convento. Quero ser de Deus para sempre”.
Obtiveram-se as licenças necessárias e a 9 de Junho de 1895, apenas a um mês e meio da morte de sua mãe, era a festa da Santíssima Trindade.
Na manhã em que entrou para o Mosteiro a madre abadessa e tia paterna perguntou-lhe: “Regla, tens mesmo muito desejo de entrar? Não quererás ir-te embora amanhã?”
Ao que a menina respondeu: “Ah, isso não o sei, depois de experimentar o que se vive ai dentro, responder-lhe-ei”.
À tarde, acompanhada pelo seu tio sacerdote, chegou à porta da clausura do Mosteiro, ajoelhou e pediu-lhe a bênção e cheia de alegria entrou.
Não queria a madre abadessa que no primeiro dia se levantasse cedo, contudo não foi necessário acordá-la, estando a comunidade a rezar o Ofício Divino, apresentou-se no Coro. Entrou com muito respeito e devoção e colocou-se ao lado da madre abadessa e ali permaneceu durante toda a meditação e a Missa.
Naquela primeira manhã, no refeitório a madre perguntou-lhe: “Regla, quando pensas ir-te embora?”
Resposta pronta da menina: “Nunca, nunca”.
“Ontem disseste-me que não te decidirias até experimentares”, retorquiu a madre.
“Pois já estou decidida – respondeu – quando entrei no convento experimentei como é bom estar aqui. Ficarei para sempre. Para sempre”.
Como são belos os caminhos de Deus! Ele transforma os corações que são dóceis ao Seu chamamento. A Comunidade Concepcionista que havia chorado a morte de sua amada irmã Dª Francisca, exultava de alegria por abrir as portas da clausura do Mosteiro à sua filha Reglita.
Passados quatro dias da sua chegada ao Mosteiro, dia 13 de Junho, festa de Santo Antónia e naquele ano solenidade do Corpo de Deus, Reglita faz a 1º Comunhão e participa da felicidade de viver em Comunidade. Também participa dos exercícios espirituais onde retira profundos desejos e meditações: “Para conservar o Amor Divino em meu coração, pensarei em Deus com a maior frequência que possa, oferecendo todas as minhas obras e fazendo tudo por seu amor. Buscarei em tudo a sua maior glória e a salvação das almas.”
No dia 2 de Julho de 1900, na altura esta era a data da Festa litúrgica da Visitação de Nossa Senhora, com 15 anos, Reglita começa o noviciado com o rito da tomada de hábito e passa a chamar-se sor Doce Nome de Maria e continua edificando a comunidade do seu mosteiro com as suas virtudes.
Seu irmão Francisco, entretanto, a 15 de Agosto de 1900, entrara no noviciado da Companhia de Jesus, em Loyola, e a 17 de Outubro do mesmo ano, morre como noviço da Companhia de Jesus, deixando belos exemplos de virtudes.
… partiu para a eternidade…
Alguns meses após a morte do seu irmão, a jovem noviça, sem nada o fazer prever, pois era muito saudável, adoece e a doença vai-se agravando dia após dia.
Na manhã do dia 11 de Fevereiro de 1901, festa litúrgica de Nossa Senhora de Lurdes, sor Doce Nome, ao saber de uma idosa monja que estava muito doente e que acabaria por morrer no dia seguinte, comenta: “Que dia lindo para se ir para o Céu. Que sorte tão ditosa”. Ao entrar no Coro e enquanto se ajoelhava, durante a elevação da Hóstia, ao inclinar-se profundamente para adorar o Senhor e beijar o chão, veio-lhe uma fortíssima tosse e um forte vómito de sangue, todas as Irmãs a socorrem e invocam a Santíssima Virgem. O sacerdote que celebrava a Santa Missa, tio paterno de sor Doce Nome, subiu imediatamente da Igreja ao coro das monjas e encontrou-se com a jovem noviça em agonia. Num momento de algum alívio, sor Doce Nome pronunciou os votos religiosos e estando diante do Sacrário, num suspiro de amor pelo Celeste Esposo, este terno e delicado pé de açucena branca, partiu para a eternidade, de onde continua a perfumar a Ordem da Imaculada Conceição e a Igreja, com o seu pueril, mas adulto e abrasado testemunho de vida evangélica, ao jeito de Maria Imaculada e nas pisadas de Santa Beatriz da Silva.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Cerimónia de Abertura do Processo Diocesano
da Causa de Beatificação e Canonização
de madre Maria de Lourdes de Santa Rosa oic
Com intenso júbilo e gratidão a Deus, vimos convidá-los para juntamente connosco entoar um hino de louvor a Deus, em acção de graças pela Cerimónia de Abertura do Processo Diocesano da Causa de Beatificação e Canonização da nossa querida Madre Maria de Lourdes de Santa Rosa, no próximo dia 12 às 15h na Capela do nosso Mosteiro, sob a presidência de D. Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida, com a participação de vários Sacerdotes, de modo particular o Revmo Padre frei Paulo Lombardo, OFM, que é um dos Postuladores da Causa em Roma. O outro Postulador é o Revmo. Pe. Ricardo Petrovi. A vice-Postuladora no Brasil é a nossa querida e já conhecida Irmã Célia Cadorin.
Madre Maria de Lourdes de Santa Rosa foi Co-fundadora e a Primeira Abadessa do Mosteiro da Imaculada Conceição de Guaratinguetá, onde durante trinta anos doou sem reservas a sua preciosa vida. Faleceu a 19 de Novembro de 1974 e está sepultada na Igreja deste Mosteiro. De heróicas virtudes praticadas no escondimento e no silêncio, há esperança de que em breve receba a “honra dos altares”. Muitas pessoas alcançam graças importantes pela sua intercessão.
Nossa Mãe Imaculada as abençoe com carinho. Sempre unidos em Oração, um fraterno abraço.
Madre Maria Terezinha da Sagrada Face, OIC (abadessa)
Mosteiro da Imaculada Conceição - Guaratinguetá/SP (Brasil)

sábado, 7 de março de 2009

Oração de Santo Efrém,
para a Quaresma

Senhor das nossas vidas,
afastai de nós o espírito da preguiça,
do desalento,
do domínio
e das palavras inúteis.

Lembrai aos vossos servos,
o espírito da castidade, da humildade,
da perseverança e da caridade.
Sim, nosso Senhor e nosso Rei,
concedei-nos a graça
de ver os nossos pecados

e de não julgar os nossos irmãos,
porque Vós Sois bendito
agora e pelos séculos dos séculos.

Ámen.
Santo Efrém, o Sírio (Séc. IV), Monge

sexta-feira, 6 de março de 2009

Jejum...
Em cada Mosteiro façam-se em comum o jejum (R35) e outras obras de mortificação, como participação da Ordem no mistério da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e nas dores de sua Mãe ao pé da cruz.
Renham-se como tempos especiais de penitência o Advento, a Quaresma e todas as Sextas-feiras do ano.
Os Estatutos particulares determinem, segundo a disciplina eclesiástica, os jejuns, as mortificações e os outros actos de penitência próprios da Ordem que se devem observar em cada Mosteiro.
CONSTITUIÇÕES GERAIS DA ORDEM DA IMACULADA CONCEIÇÃO, Edição Particular do Mosteiro da Imaculada Conceição de Campo Maior, Setembro, 1995, Capítulo III, Título III, 93 §1, §2 e §3.