sexta-feira, 25 de junho de 2010

Viver recolhidas em Deus
Os lugares em que habitas devem ser a divindade do Altíssimo, a humanidade do meu Filho santíssimo e o segredo do teu interior. Na divindade hás-de viver como a pérola na sua concha e o peixe no mar, em cujos espaços intermináveis dilatarás os teus afectos e desejos. A humanidade santíssima será o muro que te defende e o seu peito o tálamo onde te reclinas e descansas debaixo da sombra das suas asas (Sl 17 [16], 8). O teu interior te dará pacifica alegria com o testemunho da consciência e ela te facilitará, se a conservas pura, o trato amigável e doce do teu Esposo. Para que a tudo isto te ajudes com o retiro corporal e sensível, gosto e quero que o guardes na tua tribuna ou cela e que só saias dela quando a força da obediência ou o exercício da caridade te compelirem a isso. E manifesto-te um segredo, há demónios destinados por Lúcifer, com ordem expressa sua, para que aguardem os religiosos e religiosas quando saiam fora do seu recolhimento, para investir logo e atacá-los com tentações que os derrubem. E estes não entram fácilmente nas celas, porque ali não há tanta ocasião de falar, ver e de usar mal os sentidos (...). Por isso atormenta-os o retiro e o recato que nele guardam os religiosos e aborrece-os, porque não conseguem vencê-los enquanto não os apanhem entre o perigo da conversação humana.
(Doutrina que deu a Rainha e Senhora do Céu
à venerável madre Maria de Jesus de Ágreda)

Venerável
Madre Maria de Jesus de Agreda oic
"Mistica Ciudad de Dios - Vida de Maria", Libro III - cap. 22, nº 280
Edição: MM. Concepcionistas de Agreda (Soria), Madrid, 1992, pg 460
(Tradução do Espanhol ao Português da responsabilidade do autor deste blog)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

...ninguém pode servir a dois senhores
Minha filha caríssima, não te admires de que o meu servo João temesse e dificultasse vir ao mundo, porque não sabem amá-lo tanto os filhos ignorantes do século, quanto sabem os sábios aborrecer-se dele e temer os seus perigos com ciência divina e luz do alto. Esta tinha em eminente grau o que nascia para percursor de meu Filho santíssimo, e por isso, conhecendo o erro, era natural o temor do que conhecia. Contudo, felizmente, serviu-lhe para entrar no mundo, porque o que mais o conhece e dele se enfada, navega mais seguro nas suas altas ondas e profundezas desordenadas. Com tanta repulsa, incompatibilidade e desprezo do que é terreno começou o ditoso menino a sua missão, que jamais deu tréguas a esta inimizade. Não fez as pazes, nem admitiu as venenosas lisonjas da carne, nem entregou os seus sentidos à vaidade, nem se abriram os seus olhos para vê-la, e nesta procura de se enfadar do mundo e tudo o que nele exista, deu a vida pela justiça. Não pode ser pacífico nem compactuar com a Babilónia o cidadão da verdadeira Jerusalém, nem é compatível solicitar a graça da Altíssimo, estar nela e juntamente manter amizade com os seus declarados inimigos; porque ninguém pôde nem pode servir a dois senhores, nem estar juntas a luz e as trevas, Cristo e Belial.
(Doutrina que deu a Rainha e Senhora do Céu
à venerável madre Maria de Jesus de Ágreda)

Venerável
Madre Maria de Jesus de Agreda oic
"Mistica Ciudad de Dios - Vida de Maria", Libro III - cap. 22, nº 278
Edição: MM. Concepcionistas de Agreda (Soria), Madrid, 1992, pg 459
(Tradução do Espanhol ao Português da responsabilidade do autor deste blog)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O monge e a separação do mundo (1)
“Jesus subiu depois a um monte, chamou os que Ele queria e foram ter com Ele” (Mc 3, 13),
“Ao romper do dia, saiu e retirou-se para um lugar solitário”
(Lc 4, 42),
“…subiu a um monte para orar na solidão” (Mt 14, 23)
e “Vinde, retiremo-nos para um lugar deserto e descansai um pouco” (Mc 6, 31).
No coração do Deserto - a que somos chamados -, lugar de prova e de purificação da fé, o Pai conduz o monge por um caminho de total despojamento que se opõe a qualquer lógica do possuir, do sucesso e da felicidade ilusória. Este despojar-se requer uma ruptura radical com o mundo, que não é desprezo pelo mundo, mas uma orientação tomada para toda a existência numa busca assídua do Supremo Bem, de Deus: "Vós me seduzistes, Senhor, e eu me deixei seduzir" (Jr 20, 7) [cf. João Paulo II aos Cartuxos, 3 (14 de Maio de 2001)].
Os que não antepõem nada ao amor de Cristo (cf. Regra de São Bento, 4) alheiam-se e distanciam-se da conduta do mundo. Isto exige, segundo a tradição monástica, um certo grau de separação física: “Também o viver num lugar separado ajuda a alma a não dispersar-se. É nocivo, de facto, viver no meio daqueles que não têm temor, pelo contrário mostram desprezo diante da perfeita observância dos mandamentos. Demonstra-o aquela palavra de Salomão que nos ensina: "Não faças amizade com um homem colérico, nem vás a casa do violento, para não te habituares aos seus costumes e armares um laço contra a tua vida" (Pr 22, 24-25) e aquela palavra "Por isso, saí do meio dessa gente e afastai-vos, diz o Senhor. Não toqueis no que é impuro e Eu vos acolherei" (2Cor 6, 17) refere-se à mesma coisa. Para não ser levados a pecar (…) e para evitar habituarmo-nos ao pecado sem nos darmos conta, e para que não fique impresso na alma, para seu dano e ruína, a forma e a marca das coisas vistas e ouvidas, para que seja possível perseverar na oração, retiramo-nos antes de tudo para uma casa separada. Talvez assim possamos vencer os hábitos precedentes, com os quais tenhamos vivido alheios aos mandamentos de Cristo.” (BASILIO DI CESAREA, "Le Regole", Edizioni QiQajon/Comunità di Bose, Magnano, 1993, pgs.96/97). Assim, a localização e a estrutura do mosteiro deve garantir totalmente a quietude e a solidão dos seus moradores.
Deve zelar o abade/abadessa do mosteiro, bem como cada monge, para que nada nem ninguém altere ou viole esta santa atitude, fundamental à realização da vocação monástica.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

"Ocorre-me que, em vez da palavra "glorificar" o Coração de Jesus, prefiro esta outra mais "caseira", como é a de conseguir o "contentamento" de Jesus... Esta diz-me mais, porque me parece mais própria das pessoas pequenas e ignorantes como eu sou".
sor Maria Asunta oic
(Tradução do Espanhol ao Português da responsabilidade do autor deste blog)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Mosteiro da Imaculada Conceição de Campo Maior
10 de Junho de 1942 - 10 de Junho de 2010
68 anos da fundação do Mosteiro

e da Restauração da Ordem da Imaculada Conceição em Portugal

comunidade monástica da fundação
proveniente do Mosteiro espanhol de Vilafranca del Bierzo (Leon)

comunidade monástica actual

quarta-feira, 9 de junho de 2010

... verdadeiro espírito de fé
"Se tivéssemos verdadeiro espírito de fé, a nossa vida seria muito feliz, estariam saciadas todas as ânsias do coração humano; porque a fé nos faz conhecer quanto Deus nos ama, quanto faz por nosso amor e como se nos dá a Si Mesmo... E quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta."
Serva de Deus
Madre Teresa de Jesus Romero Balmaseda oic
(Tradução do Espanhol ao Português da responsabilidade do autor deste blog)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Serva de Deus
madre Maria Isabel da Santíssima Trindade,

religiosa e fundadora

da Congregação das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres

Maria Isabel Picão Caldeira nasceu a 1 de Fevereiro de 1889, no Monte do Torrão, freguesia de Santa Eulália (Alentejo), a poucos quilómetros de Elvas, tendo sido sendo baptizada um mês depois, a 3 de Março.
Seus pais, Miguel Caldeira e Dª Francisca da Silva Picão Caldeira lavradores abastados, deram-lhe uma educação esmerada, consentindo mesmo, que frequentasse a Escola de Belas-Artes em Lisboa. A 20 de Março de 1912, com 23 anos de idade, casou com o primo, João Pires Carneiro e foi viver para o Monte de São Domingos, na freguesia de São Vicente, também muito perto da cidade de Elvas. Após alguns anos de felicidade conjugal, o marido contraiu uma doença grave vindo a falecer no dia 17 de Junho de 1922 e Maria Isabel sofre o maior desgosto da sua vida.
Viúva e sem filhos, durante onze anos entregou-se às obras de apostolado na sua terra natal. Apesar desta sua doação aos outros, começou a sentir o apelo de Deus a uma Consagração Religiosa. A 8 de Setembro de 1934, entra nas Dominicanas de Clausura em Azurara onde permaneceu apenas sete meses, por falta de saúde.
O Servo de Deus D. Manuel Mendes da Conceição Santos, Arcebispo de Évora, sabendo do seu regresso, convida-a a tomar conta da Casa de Retiros, em Elvas, a 20 de Março de 1936, iniciando aí uma vasta acção apostólica de serviço aos Pobres, gastando para isso os seus bens patrimoniais.
"Encontrei-me com umas religiosas Concepcionistas (monjas da Ordem da Imaculada Conceição, espanholas que se encontravam em Elvas, fugidas da Guerra Civil Espanhola) várias vezes. Elas falavam-me da Santa Madre (Santa Beatriz da Silva) e da pena que tinham em não terem uma Congregação da mesma Ordem, como todas têm. Passados dias começo a sentir que era para esta Congregação que Nosso Senhor me chamava. Junto do Santíssimo ouvia e via claramente que a vontade de Deus era essa". É então que, sob a protecção de Maria Imaculada e inspirada em Santa Beatriz da Silva, com muitos sacrifícios e contrariedades, funda a Congregação das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres. Profundamente apaixonada por Santa Beatriz, a madre Isabel assume como seu, o carisma Concepcionista plantado pelo Espírito Santo, cinco séculos antes, no coração de Beatriz e que esta, com grande entusiasmo e fidelidade plantou no coração da Igreja: "Este dia é nosso (8 de Dezembro). E porque não? não foi a nós Religiosas da Imaculada Conceição que Maria ordenou proclamar o privilégio da sua Conceição sem mancha antes de ser definido como dogma, quando disse a Beata Beatriz da Silva: «Quero que fundes uma Ordem destinada a honrar a minha Imaculada Conceição?"
A Obra estendeu-se por várias Dioceses de Portugal. Após um árduo caminho, a 5 de Julho de 1955,o Papa Pio XII, concede-lhe a aprovação.
Faleceu a 3 de Julho de 1962, em Elvas, depois de uma vida toda voltada para os outros, sobretudo os mais Pobres. Foi sepultada em Santa Eulália em jazigo de família. Os seus restos mortais foram transladados para a Casa-Mãe da Congregação, em Elvas, no dia 20 de Dezembro de 1980, onde se encontram actualmente.
Sendo rica, fez-se pobre para privilegiar os Pobres. Eram a sua grande paixão, a razão de ser da sua Obra. Com um coração grande, que parecia querer abarcar tudo e todos, arriscou os bens e a vida. Sofreu a doença, as contrariedades, a solidão, a calúnia e a incompreensão. No meio de tantas provações, manteve-se fiel àquilo que julgava ser a Vontade de Deus.
Está introduzida a Causa de Canonização.

Oração
Ó Deus fonte de todo o bem
nós Vos louvamos e bendizemos pelos benefícios que nos concedeis através da Vossa
Serva
Maria Isabel da Santíssima Trindade. Ela é para nós modelo e mestra de virtude. Nela refulgiu o amor à Sagrada Eucaristia a simplicidade e a pobreza de vida à imitação de São Francisco, e o serviço aos mais pobres. Dignai-Vos, Senhor, glorificá-la na terra, como esperamos já esteja glorificada no Céu. Dai-nos força para seguirmos os seus exemplos e concedei-nos por sua intercessão as graças que fervorosamente Vos pedimos. Ámen. (com aprovação eclesiástica)
Aos que receberem graças por intercessão da Serva de Deus Maria Isabel da Santíssima Trindade, devem participá-lo para:
Postulação:
Madre Maria Isabel do Santíssima Trindade
Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres
Rua Francisco da Silva, 9 C
7350-272 ELVAS
Portugal

domingo, 6 de junho de 2010

...pura fé... puro amor
"Asseguro-te, que se não fosse pela fé, sentiria a minha alma ensombrada da mais profunda amargura, porque me encontro em tal estado, que parece que Deus me tem abandonada; não o encontro em nenhuma parte, e nem mesmo para rezar o Pai-Nosso parece que tenho vontade, nem mesmo força para abrir os lábios; mas eu quero amá-l'O, e só peço misericórdia e amor; os demais dons que os dê a almas que Lhe sejam fiéis; eu só quero amor e graça, graça e amor. Não Lhe desagradando, estarei contente em que me tenha sempre neste estado: porque esta é a vida de pura fé; na qual se exercita o puro amor".
Serva de Deus
Madre Teresa de Jesus Romero Balmaseda oic
(Tradução do Espanhol ao Português da responsabilidade do autor deste blog)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sacramentado por Amor...
Oh! (...) se (...) abrissem os corações endurecidos e pesados, para receber a verdadeira compreensão do sagrado mistério e benefício da Eucaristia! Oh! se aliviados e abstraídos dos afectos terrenos e moderando as suas paixões, aplicassem a fé viva para entender na Divina Luz a sua felicidade, em ter consigo o Deus eterno Sacramentado e pode-lo receber e frequentar, (...), se dignamente conhecessem esta grande dádiva, se estimassem este tesouro, se saboreassem a sua doçura, (...), nada lhes ficava que desejar nem que temer no seu desterro! (...) neste Pão do Céu têm (os crentes) à mão a saúde e a fortaleza; (...) com o bom uso deste Sacramento Inefável o vencerão gloriosamente (ao demónio), se para isto dignamente o frequentam. (...) Culpa é a dos fiéis não acolher este Mistério e valer-se da sua virtude infinita para todas as suas necessidades e trabalhos.
(...) Quanta injúria se faz (...) ao (...) Senhor que está Sacramentado por amor (...). Por isto entenderás o poder que tem quem dignamente recebe este Pão Sagrado dos anjos. (...) Escreve esta doutrina no teu coração.
Venerável
Madre Maria de Jesus de Agreda oic
"Mistica Ciudad de Dios - Vida de Maria", Libro VI - cap. 11, nº 1200 e 1201
Edição: MM. Concepcionistas de Agreda (Soria), Madrid, 1992, pg 927-928
(Tradução do Espanhol ao Português da responsabilidade do autor deste blog)