quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Congresso assinala 500 anos da Ordem da Imaculada Conceição
Iniciativa pretende homenagear fundadora da Ordem, Santa Beatriz da Silva, e dar a conhecer o dinamismo e vitalidade das irmãs concepcionistas
No âmbito dos 500 anos de aprovação da Regra da Ordem da Imaculada Conceição, a arquidiocese de Évora vai promover um congresso internacional em Fátima sobre a fundadora da congregação, Santa Beatriz da Silva.

A iniciativa, que terá como palco o auditório da Casa de Santa Clara, das irmãs concepcionistas, entre 14 e 16 de outubro, pretende
“trazer ao conhecimento do público em geral quem foi essa figura extraordinária de mulher do século XV”, explica D. José Alves.
Em entrevista ao Programa ECCLESIA desta segunda-feira, o arcebispo eborense apresenta a religiosa portuguesa como alguém que “bebeu dos seus familiares uma grande devoção à Imaculada Conceição”.
Nascida em Campo maior, em 1437, no seio de uma família cristã profundamente influenciada pelo espírito franciscano, Beatriz da Silva tinha 10 anos quando foi colocada como dama de honor da infanta D. Isabel de Portugal, na corte de Castela.
Foi nesse contexto que, ao tomar contacto com experiências de subjugação e violência sobre as mulheres no matrimónio, decidiu enveredar pela vida consagrada, entrando no Mosteiro de São João das Monjas Dominicanas, em Toledo, onde permaneceu cerca de 30 anos.

Em 1484 fundou um instituto que tomou o título da Imaculada Conceição de Nossa Senhora (Concepcionistas), e alcançou uma primeira aprovação em 1489, através do Papa Inocêncio VIII.
A aprovação da Regra da Ordem, que consagrou definitivamente o perfil religioso da única grande congregação contemplativa portuguesa, aconteceu em 1511, pela mão do Papa Júlio II.
Recorrendo a uma abordagem científica, com o apoio de diversas universidades e especialistas em história religiosa, o congresso intitulado “Santa Beatriz da Silva, estrela para novos rumos” permitirá avaliar a influência da espiritualidade mariana na Ordem da Imaculada Conceição, a partir da sua fundadora.
Outro dos objetivos será avaliar o papel e influência da Ordem, em articulação com outras congregações religiosas, na História de Portugal e da Europa.

D. José Alves sublinha que,
“ao contrário do que alguns possam imaginar”, o dinamismo e vitalidade que sempre caracterizou a ação das irmãs concepcionistas não se perdeu nos dias de hoje.
“Tem 155 mosteiros ativos, na Europa, na América e na Ásia, cerca de 3 mil religiosas espalhadas pelo mundo e muitas vocações. Aqui o mosteiro de Campo maior tem três jovens da nossa diocese, uma de Beja e outra do Patriarcado de Lisboa”
, realça.
Para além das instalações situadas na diocese de Évora, as irmãs concepcionistas têm ainda outro mosteiro em território português, na Quinta do Viso, diocese de Viseu.
PTE/JCP cf. 11 out 2011 (Ecclesia)


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